sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A razão dos sentidos, ou os sentidos da razão.

À beira do sofá
O livro à mão
Sobre a mesa: o relógio
À minha frente: a televisão

Ouço o passar dos segundos
Esse compasso me inquieta
Tic - tento ler
Tac - tento pensar

Vejo a televisão sem som
Mesmo silenciosa sinto um incômodo
Política e comércio em imagens
Política é comércio
Tantos gestos, tantas cores...

Toco o livro
Estou impaciente com o entorno
O conhecimento não conhece a osmose
As mãos não lêem nem pensam

Inspiro o ar tentando respirar algumas frases
Engulo a saliva como se saboreasse conceito

Só é possível filosofar com sentidos e intelecto.

Nenhum comentário: